Entre o piso duro e gelado do pátio, numa troca de olhares tristes e curiosos, eu penso que nunca vou desistir e sempre irei aproveitar o máximo que puder os olhares aborrecedores que pude ter. Dos trechos lindos que você cantou, das frases e das conversas. Na aula de ciência não consegui pensar em outra coisa, nunca fui assim. Queria tanto poder abraça-lo, dar um beijo em sua bochecha, ter ele ao meu lados em alguns momentos. Queria que ele estivesse mais presente no meu dia. Gabriela Ponce acha que eu não preciso dele... mas ela tambem não merece os! Ela diz que nós não precisamos de nenhum homem para ser feliz, ele são imaduros. Mas infelizmente nós nos apaixonamos por esses seres desnecessários:
- Peeeenny, que tanto você olha para o Bi, tá tudo bem com você amor? - Carol me perguntava com um astral tão bom, era dela. Aonde ela passava tinha um toque alegre.
- Está tudo bem Ca, eu só estou olhando...
- Não parece. Vamos, vem dar um volta comigo. - levantei com uma vontade tão negativa que quase caí. Havia algo chamando a atenção de todos. Olhei para frente, Gabi estava vindo com seus cabelos cacheados, meio preto. Parou entre mim e a Ca, observou a minha vontade e apenas disse:
- Meninos!
- Na mosca. - apenas Gabi para conseguir me entender tão bem.
- Carol, preciso falar com você - ela parecia estar falando sério, mas ela sempre falava sério. - um minuto penny, ja volto.
Não tinha para onde ir, então só fiquei olhando o pátio, vendo como era um dia bom para todos os alunos excluindo eu. Mais uma vez olhei para Gabriel, ele estava sorrindo e se divertindo, mas em um piscar de olhos ele percebe minha presença e olha de uma maneira tão rápida, mas eu não ia parar de olhar, só que ele também não parou de olhar. Não pude fazer nada, virei a cabeça e infelizmente vi duas menina do ensino médio discutindo. Ouço ele dizendo oi, e seguinte alguém me chamando pelo apelido. Num susto, viro-me para trás. Lá estava ele, me olhando com um sorriso maior do mundo, as mãos no bolso da calça jeans, parecia que a blusa da escola se tornava uma de grife em seu corpo, até seus pés eram estilosos. Minha primeira ação foi um sorriso, ele pegou minha mãos de um modo amigável, perguntando-me:
- Depois da aula, quer almoçar com a gente, Penny? - ele apontara para o pessoal no qual ele acompanhava.
- Claro, tê espero lá.
